Oh Mãããããe!


O primeiro domingo de maio é aquele dia que nunca deixo passar em branco. Não pela crucialidade de enaltecer a mulher que mais me inspirou e marcou, mas sim pelo facto de essa mesma mulher, de há uma semana pra cá, me enumerar incessantemente a lista de prendas que anseia receber.
Confesso que não entendo a pertinência desta data comemorativa. A meu ver, não havia necessidade de criar um dia para enfatizar o óbvio: o quão relevante e indispensável é a minha mãe na minha vida. Quotidianamente, eu preciso dela e, por isso, torna-se impreterível à minha sobrevivência.
Por um lado, se tenho alguma decisão para tomar, abordo-a sempre para me aconselhar. Aliás, mesmo sendo estudante de medicina, ainda a questiono sobre o que fazer e tomar quando adoeço, uma vez que, como diriam Os Quatro e Meia, a “minha mãe está sempre certa”. Por outro lado, sempre que surge medo ou angústia, desejo imediatamente a sua presença e alento, porque é “Por baixo das saias da mãe onde eu ‘tou tão bem” (Capitão Fausto).
Assim, concordo com Valter Hugo Mãe, que “as mães têm uma sonda que assinala os filhos num mapa emocional muito preciso”, pelo que também a minha mãe está sempre a lembrar-se e a preocupar-se comigo. Daí, tornam-se evidentes os receios de Tati Bernardi face à responsabilidade que a espera em “Você nunca mais vai ficar sozinha”.
Então, a acompanhar uma travessa do Bordallo Pinheiro, aproveito para te agradecer e dizer que posso não ter realizado a minha viagem de sonho, não ter lido todos os livros ou ido a todos os concertos que queria nem mesmo ter 20 a Anatomia, mas tenho-te a ti e, por isso, tenho tudo.


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